num pânico enorme as palavras fogem-me
e fico a olhar, a olhar, a olhar, a olhar,
tentando vezes e vezes sem conta
atirar-me para os braços da honestidade
de ser quem sou mas não consigo.
Mas qual palavra... mas qual peito...
balançando entre a raiva e a frustração...
Porque me impedes e me deixas perdido no tempo?
Vou matando quem se aproxima
com o medo de violarem o meu coração
e no meio das multidões vou sufocando
porque um desgosto marca um espelho
de antiguidades recordadas
que não esquecem quem sofreu.
E qual desgraça vens tu, ó estrangeiro,
dar a vitória e uma conquista que nunca conheci.
Ou invariável vida, quase a única real, dum sorriso falso.
Não, eu não procuro os podres da sociedade,
eu revejo-me nela sem me ver
e fujo dela para não sofrer,
porque os males se atacanham
entre os sorrisos honestos...
Mas a mim, ensinaram-me
que a honestidade tem um interesse,
tem um cancro num dente afiado
que num abraço, num beijo, numa carícia
torna o sangue podre e espreme o coração.
Afasta toda a gente!!! Desconfia!!!
Desconfia!!!! Ah!!! DESCONFIA!!!!....
Mas eu não posso mais sozinho
viver deste cancro d'alma...
não posso mais sozinho...
apodreci...
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