Tudo escuro.
Apagaram-se as luzes.
Não sei se é o fim,
não sei se é o início.
Se as luzes se fundiram
não sei onde buscá-las
nem para que lado caminhar.
Não há voz
neste mundo sem eco,
é sem fim, sem fim...
sem paredes....
algo dentro de mim
está a sugar-me,
a sugar o meu corpo.
O tempo passa
e passa sem mim...
estou encarcerado,
diminuto,
caído sobre mim próprio,
perdi a noção de mim mesmo,
sou um chão abstracto,
uma realidade onde
os sentidos se confundem,
e choro sem chorar,
numa respiração profunda,
aquela que tenta absorver energia
à sua volta, mas os pulmões enrugam-se
do seu próprio vazio...
tudo que é meu é tão próprio
que se torna na vida um ser impróprio,
e sei disso, choro só por causa disso.
Todas as noites me suicido
para matar todas as minhas tristezas.
Odeiem-me. Eu também me odeio.
Sou cabrão, tão merdoso
que mereço viver nesta porra de solidão.
Será que entendes as minhas feridas
de leão?
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