A inocência é a universalidade dos seres vivos, é nela que está a beleza da ignorância de quem vive acreditando.

A minha inocência foi esta:


Francisco Sarmento

Este blogue encontra-se concluído para que outro aconteça agora: http://poemasdesentir.wordpress.com/

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Irmão

Sinto a tua falta.

Nos remoinhos das tempestades,
naufragando às voltas
até me afundar nas escuridões
profundas do oceano
lembro-me de ti,
de me teres ensinado
que chorar é de ser humano
mas o mar que me afogo
é das minhas lágrimas
e são elas criadoras
do buraco negro do remoinho,
do mesmo buraco negro
que me suga até ao esqueleto.

Este é o abraço que te quero dar,
meu irmão, e nele compensar
o nosso tempo de separação.

É o conforto que a saudade sauda,
reconhecendo-o como a maior vitória
de tudo o que é nossa memória
e o desejo do que não é, ser a nossa causa.

Transformados pela vida,
ou antes ao que a ela sucedeu,
separados tu e eu,
mais uma vez, alguém de partida.

Somos nós assim, movidos pela fé,
na luta sem fim à margem da maré.

Brindemos juntos.

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