A inocência é a universalidade dos seres vivos, é nela que está a beleza da ignorância de quem vive acreditando.

A minha inocência foi esta:


Francisco Sarmento

Este blogue encontra-se concluído para que outro aconteça agora: http://poemasdesentir.wordpress.com/

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Deambulações

Vejo-a.

Ao longe um mundo
que quase conheci.

Desejo-a.

Por um segundo
não correspondi.

Não é verdade,
uma festa na cara,
um olhar de ansiedade,
em lugar errado.

Não sou burro
mas mantenho a minha burrice,
por outro lado...
o tempo deu-me um murro...
burro... seria se eu caísse.

Atirei-me do pico de uma estrela
e a gravidade da terra puxou-me,
não queria tê-la
porque sou feito de deambulações
incríveis, condenadas pela sociedade,
não conhecendo as razões,
tornou-me em teorias impossíveis:
sonhos...
sonhos...
sonhos...
enquanto sonho,
sonho não sonhar,
sem mexer concretizar...
sou eu,
sonho que detesta sê-lo,
que sonha ser real.
Sou eu, metade inexistente,
de objectivos e momentos falsos,
sou eu, cujo o pé esquerdo
arrasta-se atrás do direito
como um bêbado
bêbado de sorrisos 
e olhos fechados
enquanto olha o céu.
Sou eu, lúcido,
nestas linhas onde me perco
e escrevo sem escrever,
sem perceber a raíz do poema,
chego ao fim sem conclusão,
porque sou eu.

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