Das vezes que escrevi sobre ti
escrevia mais sobre mim,
sabes porquê?
Porque somos nós
à distância de um coração.
Num mundo confuso
tu foste a minha razão
porque sempre que te via
assim sentia-me numa confusão.
Achei que fosse um fosso
mas afinal era só o fundo de um poço
e uma dessas vezes que acordei
percebi o quanto é possível
se houvesse mais um bocadinho de esforço.
Porque sei
o quanto me amaste, o quanto me amas
o quanto nos afastámos um do outro.
Porque fui o criador do rio Tejo
através das minhas lágrimas
por estares do outro lado da margem
e já me faltar a coragem.
Sim, tive o medo de me afogar,
o medo de atravessar a ponte da liberdade para te falar,
por isso fiquei aqui a tentar descobrir
na imensa saudade de te ver sorrir.
Quantos peixes, quantas gaivotas vi passar,
eles foram emigrar mas eu fiquei aqui a sonhar,
a olhar para as estrelas, à espera do teu regresso,
a re-viver as nossas memórias
e deitei-me,
aconcheguei-me na relva à espera de novas histórias.
Porque, apesar de distante, tão afastado,
sabes que sempre estive ao teu lado.
Nesta caminhada tropessámos em discussões,
mas sempre nos amámos e ainda o mostrámos
mesmo em alturas de rouquidões,
porque.eu sei, porque tu sabes,
que o nosso amor foi e é a razão das nossas razões.
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