sou eu a escória que foge à razão,
sou uma bela maçã destinada à podridão
crescida nas terras nojentas,
porque cada acto meu
são mil olhos de interrogação.
Entrego o meu mistério de vida
aos julgamentos com pena antecipada,
não interessa a origem
nem se foi bem intencionada.
Juízes não se perguntam,
têm vertigens de onde vim,
não me conhecem
e já têm certezas de eu ser assim.
Que veneram eles que eu não sei,
serão os meus olhos assombrados
que os deixam assustados?
O que lêem eles em mim
que eu não leio?
Talvez sejam as minhas atitudes
mas isso eu não creio.
Se calhar sou um tormento
como uma catástrofe natural,
quando aparece todos fogem à dor
como se considera normal.
Querem que seja o vilão
que alguém tenha os defeitos deles
para se sentirem bem.
Convém julgar com alguém
para se afirmar e confirmar
que eles são o bem.
Não se passa nada,
eu sei quem foi a causa,
já vou na décima oitava vaza
e ainda tenho a alma marcada.
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