A inocência é a universalidade dos seres vivos, é nela que está a beleza da ignorância de quem vive acreditando.

A minha inocência foi esta:


Francisco Sarmento

Este blogue encontra-se concluído para que outro aconteça agora: http://poemasdesentir.wordpress.com/

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Doença

Ainda me lembro dos sabores da comida, de cada prato, de cada ingrediente... sabores únicos dos quais não dava valor, era tão rotineiro comer que para me alegrar teria de haver uma perfeita combinação de textura e de sabor. Agora para me castigar, não sinto na carne senão a sua textura que tão nojenta é sozinha, da massa que, não tendo sal, é tão salgada que nem dá vontade de beber água mas sim cuspir, do queijo no pão que salga tanto como a massa e da sobremesa, tão doce, tão aliciante, não, tão sem sabor, apenas textura... Todos os dias tento tão desesperadamente encontrar o sabor... falta açúcar? Pimenta? Oregãos? Salsa? Então ponham um quilo de cada e sirvam-me esse prato de Obèlix. Ah castigo! Que fiz eu? Para que me obrigas a ficar tão só em casa a assuar-me até sair sangue? Porque me obrigas tu, a ficar deitado para que não fique com tonturas? E acordar, fazes-me não querer acordar ou sinto o meu cérebro a rebentar... nem sono deixas que tome conta de mim no meio da tosse que já vomito... castigo, abafa-te em comprimidos, desaparece e deixa a cura comigo. Morre.

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