Como chegámos a este estado?
Descriminação em todo o lado,
pelo olhar, gesto e desconfiança.
"Foste assaltado? Eram quantos?
Nós seremos mais.
Estavam armados?
Nós estaremos e até demais.
Roubaram-te a carteira?
Eles vão-se arrepender e de que maneira!"
Violência quando era criança era só na TV,
agora, quando vou no metro,
além de ser vigiado, sou olhado,
e se os olhos fossem facas,
já eu estaria todo despedaçado.
Drogado, pelas minhas olheiras assim sou sustentado,
mas nas suas mentes nunca deram o avanço
de pensar que olheiras dessas são de cansaço e não de falhanço.
Pela maneira que me visto lançam-me estacas.
Mas são estacas com bicos nos dois lados,
porque se eles comentam é por estarem afectados.
Completamente manipulados,
não por conhecimentos próprios e contextualizados
mas sim por pensamentos incutidos,
não somos dos Estados Unidos da América,
"...é ali que vivem todos os bandidos..."
onde existe racismo e discriminação histérica.
Vão sempre para o pior em vez de darem outra hipótese.
E vou já provar, tu que lês isto és uma prótese,
se achares que me precupa o que outros pensam de mim,
digo-te que não é assim,
os outros em relação a eles mesmos é minha honesta preocupação
ou este poema não vinha do meu coração,
caso contrário sentir-me-ia um grande otário,
seria esquecer estes dezassete anos tenho
e quem me conhece sabe que não é dessa maneira que venho
a representar tudo o que há em meu ser,
aldrabar os meus poemas e deitar uma vida a perder...
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