imaginava o mundo fora,
pela janela,
e suspirava alegremente
ao olhar para a frente,
mas vendo nada de especial,
retornei a inexpressão banal.
Parando nas estações,
pessoas entravam e saiam,
sem que o ambiente
absorto se alterasse.
Quando as portas fechavam
voltava-me para a janela
e via a paisagem passar,
imaginando-me lá a correr
livre de tudo e de mim mesmo...
Já anoitecia e aos poucos
o reflexo do interior do comboio
roubava lugar à paisagem,
começando eu a ver-me
misturado com luzes de fora
a passarem velozmente.
Suspirei ao ver os meus olhos,
tudo era uma fantasia
de sonhos inconcretizáveis...
O comboio chega à penúltima paragem
e olho para as pessoas entrando e saindo,
sem valor...
Até que entra uma rapariga,
com uma amiga, sentando-se
mais à frente, de frente para mim,
olhando-me duas vezes,
e eu aprecio-a, suspirando...
Chegamos ao destino final,
ela levanta-se e eu deixo-me ficar,
saio por último e à porta do comboio
tento-a encontrar no meio da multidão,
vejo-a ao longe e logo me apresso
na sua direcção, ao virar a esquina
encontro-a na paragem,
ela olha para mim,
como se eu fosse parte da paisagem...
Chegamos ao destino final,
ela levanta-se e eu deixo-me ficar,
saio por último e à porta do comboio
tento-a encontrar no meio da multidão,
vejo-a ao longe e logo me apresso
na sua direcção, ao virar a esquina
encontro-a na paragem,
ela olha para mim,
como se eu fosse parte da paisagem...
mas nem sequer sei o meu próprio fim...
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