A inocência é a universalidade dos seres vivos, é nela que está a beleza da ignorância de quem vive acreditando.

A minha inocência foi esta:


Francisco Sarmento

Este blogue encontra-se concluído para que outro aconteça agora: http://poemasdesentir.wordpress.com/

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Espelho Da Realidade

Prudência,
oiçam esta audiência,
os mais desgraçados sabem a realidade,
mas esses foram para outra cidade,
enviados pelos polícias que controlam as minhas ruas,
enviados por selvagens que deram facadas nuas e cruas,
agora na prisão percebem que a vida não lhes dará mais nada.

Enquanto o povo é embalado por um canto de fada,
esperança aldrabada, uma tela sempre branca
pintada por palhaços que fazem o que lhes mandar a panca.
O cheiro do egoísmo de quem vejo a cama feita,
por causa desses, muitos tiveram a vida desfeita.
Por uma realidade mais que imperfeita
construída pela arte da manha,
sugam a minha vida para alimentar a sua banha.
Enchem à ignorância com acontecimentos
que não são do nosso país
mas afectam os nossos monumentos.
Ninguém percebe com doze horas de trabalho e doze de dormida,
os trabalhadores com falsas chupetas,
jovens que mamam dos seus pais as suas tetas.

Hoje é menos mau e amanhã será melhor,
ontem é que foi pior,
dizem no meio dos seus discursos,
enquanto pescam votos como ursos.
Vejo a minha gente querer fazer frente
mas são julgados pelo lugar do seu nascimento,
reclamando serem incriminados,
no início do julgamento são abafados.
Com falsas políticas e justiças,
o povo ignorante afoga-se nas suas preguiças,
os cirurgiões disfarçam com as suas pinças.
Agora, que sentiram um cheirinho da panela,
atiram bocas como se vissem uma novela.
Está na hora de parar para pensar, acreditar e lutar.

Dedico aos poetas e "cantores de discursos", meus amigos e meus desconhecidos que se sentam na cadeira, pensam, acreditam, lutam e escrevem.

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